segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Pesquisas Eleitorais

A propósito de pesquisas, nunca é tarde para se aprender lições. A primeira é de que, em determinado instante, elas não erram, pois baseiam-se numa ciência que, apesar do que muitos pensam, não é nenhum achômetro. Chama-se Estatística, e é do ramo dos conhecimentos exatos. A segunda é de que, em nenhum instante, podemos nelas assentar as garantias de um fundamento certo e duradouro, pois que as pesquisas não pensam, não falam e não vêem. Apenas interpretam o que está no ar, inexoravelmente. Quando se falava em Dilma para presidente, há mais ou menos um ano, o assunto provocava risos. Ela estava lá embaixo nas pesquisas. Serra, lá em cima, imbatível. Pois está dando diferente agora, embora qualquer peça do destino possa ainda reverter um quadro difícil de ser mudado. Já vimos isso tantas vezes, aqui no Rio Grande do Sul em particular, quando Yeda saiu com uns cinco pontos no início das cotações dos institutos de pesquisas e chegou ao segundo turno. E venceu. Agora ela não passa dos quinze pontos, enquanto Tarso subiu e Fogaça se manteve e Yeda baixou. Os candidatos – e lembro do Brizola, em especial – têm a virtude ( ? ) de desdenhar as pesquisas quando estas mostram um quadro adverso a eles, e de assegurar a sua exatidão quando indicam que eles estão na frente. Na verdade, o que as pesquisas dizem é o que está na cabeça das gentes. E as gentes, como se diz, são volúveis – até voláteis em alguns casos. A um mês das eleições no país, muitas coisas estarão em jogo: da preferência do eleitor através do discernimento dele produzido no horário eleitoral pela TV e rádio ( uma praga bem brasileira ) às agressões comuns e odiosas dos que estão embaixo nas pesquisas, cujos discursos presenciamos por tais meios de comunicação. Se pudesse dar um conselho, diria: - Confie em pesquisas, mas não esqueça de avaliar os candidatos antes que as estatísticas assumam o lugar de seu raciocínio.

4 comentários:

  1. Se elas estão certas, estamos mesmo em alto mar e na mesma antiga canoa furada.

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  2. Confesso que estou completamente alienado e desanimado em relação a essa campanha eleitoral, porque vejo e sinto que o Brasil silenciosamente -- e sem ondas vermelhas -- está apostando em Dilma presidente.

    Quando a propaganda política chega na rádio ou na televisão ou eu coloco uma música ( e tenho ouvido muita música legal ultimamente) ou vou navegar nos canais a cabo. Por enquanto, neste Brasil da obrigação de se assistir as chatices, tipo hora do Brasil e propaganda política, as tvs a cabo estão imunes. E que assim seja.

    E o pior, vejo nas ruas essas placas horrorosas com os nomes dos candidatos e algo chama a atenção: o pessoal do PT fecha com a Dilma. O do PDT fecha com a Dilma, mesmo apoiando o Fogaça (PMDB-RS). Já o pessoal do PMDB não fecha nem com Dilma e nem com o Serra. E alguns tucanos nem colocam o Serra em suas propagandas políticas. Fica difícil Serra ter chances diante desse quadro de dor.

    E talvez o grande beneficiado, no Rio Grande do Sul, com essa onda da Dilma -- que insisto não é vermelha -- seja Tarso Genro que pode ser sim o futuro companheiro governador dos gaúchos, porque é o candidato do Lula. E Lula é deus e por isso meu desânimo e alienação.

    E os blogs da nossa esquerda estão a vibrar. A Dilma passou a ser o cara, a grande esperança do Brasil vermelho e socialista. A mulher que vai fazer a necessária ruptura. A capitalista de estado que vai esquerdizar o Brasil.

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  3. "Estatísticas podem ser forjadas para provar qualquer coisa - até mesmo a verdade."

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  4. Bípede, Maia e Lúcia. Est;a que nem aquela piada do rabino que dizia que todos tinham razão. A análise do Maia é perfeita. Abraços.

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