quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O PAÍS DA COPA

O PAÍS DA COPA
Minha colega Maria Tereza teve de cancelar sua viagem ao exterior, pelo que solicitou ao Programa Smiles a transferência do vôo para outra data. Então disseram a ela que havia uma taxa a ser paga, mais precisamente a taxa de embarque que, na primeira reserva, ela já tinha pago. É claro que ela ficou indignada, apesar de o valor ser de apenas uns R$ 40,00. Mas não é o valor o que incomoda Maria Tereza, e sim o fato de quererem cobrá-lo novamente. Se ela não embarcou, não se produziram, proporcionalmente a sua pessoa, as despesas de embarque respectivas. Então, por que pagar duas vezes pelo que não se consumiu mais do que uma vez ? - Com quem fica este dinheiro ?, pergunta Maria Tereza. Assim são as companhias aéreas. A TAM, em seu programa de fidelização, deu um verdadeiro calote em seus clientes ao unilateralmente decidir pela exigência de duplicação de pontos para se exercer o direito de vôo em alguns trechos. Isto é, o passageiro acreditou na empresa e dela tornou-se cliente fidelíssimo. Depois veio a imposição descabida da TAM. E o cliente ? Ficou na mão ? Só se quiser, pois este é o tipo de atitude que até o contínuo da faculdade de Direito sabe que não passa sem reparação num tribunal. Isso acontece no país que receberá a Copa, onde, no Rio de Janeiro, por exemplo, o Aeroporto de Congonhas, em sua ala antiga, só tem banheiros no andar superior e nos quais não há fechaduras nos compartimentos de privadas. - Gague-se com uma promiscuidade dessas ! Eu, por exemplo, não consegui, e como tinha muito tempo de sobra, resolvi tomar um ônibus do aeroporto para o Leblon. Como não havia placas indicativas, perguntei a um guarda municipal que monitorava o trânsito de chegada e saída do aeroporto. Ele me disse que era um ônibus amarelo. - Amarelo ?, perguntei, pois já avistava dois, e cada um com dizeres diferentes. Fui aos dois, e não era nenhum. O motorista do último me informou que era um ônibus azul, e o primeiro que avistei, depois de longa espera, continha aqueles dizeres luminosos indicando o itinerário: Flamengo, Copacabana, Ipanema, Leblon, Barra... Como outros passageiros que estavam ali perdidos havia já algum tempo, desloquei-me para entrar no ônibus. Mas fui atrás de todos e ainda resolvi perguntar, na dúvida: - Vai para o Leblon ? E o motorista respondeu: - Não, este vai para o Galeão. Os passageiros desceram indignados, mas havia alguns estrangeiros, japoneses, que não disseram nada. Apenas apearam, amparados por passageiros que falavam inglês e explicaram o que se passava. Voltamos à parada. Mais tarde, veio outro ônibus azul com aqueles mesmos dizeres: Flamengo, Copacabana... Mas este deu certo, este era o correto. Há outro problema muito sério, que merece capítulos: os preços cobrados nos serviços de aeroportos: lancherias, farmácias, livrarias, em geral tudo mais caro ao menos duas vezes. E de qualidade indiscutivelmente inferior. Experimente comprar um pacotinho de Halls em qualquer aeroporto. Sai de duas a quatro vezes mais, dependendo do lojista ou da cara do cliente. Este é um assunto gravíssimo que só não há de espantar turistas porque eles já terão chegado e não terão opção de desistir de enfrentar o país da Copa. Há muito que fazer além das obras que receberão a Copa, sobretudo na infra-estrutura de educação e civilidade. Precisamos urgentemente de mais um PAC só para este fim. Mas aí...

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