sexta-feira, 23 de julho de 2010

PERVERSAS POSTAGENS

Diariamente recebo e-mails com mensagens sobre crianças desaparecidas, bebês com doenças irreversíveis de nascença, pedidos de ajuda urgentes, etc. Em geral, abrindo-os, aparece uma foto referente ao assunto e logo depois outra solicitação para navegar na internet com vistas a ajudar no caso. A questão é: abrir ou não abrir estes anexos ? Confesso que eu não os abro. Nunca. Mas cada vez que isso acontece,me dá uma dor no coração, me vem um chamado à consciência perguntando se não estou sendo duro ou insensível a uma causa pública da maior grandeza. Então o momento passa, tudo volta à normalidade até que, novamente, outra mensagem chega. E a história se repete. O receio está na ameaça de vírus que são diariamente criados por mentes perversas que, numa brincadeira ingênua ou num ato intencional de má fé terminam por criar um desserviço às causas humanitárias, ao exercício livre da cidadania e da compaixão pelo outro. Fico a pensar como podem existir estas pessoas. Assim como outras que ligam canais de emergência para anunciar incêndios, acidentes e outros casos inexistentes que demandam dispêndio de energia e de dinheiro público e privado, e que por vezes resultam em falta de atendimento a outros eventos que por estas mesmas razões tornam-se fatais. E pensando mais adiante me pergunto como não conseguimos estancar, pela via da tecnologia ( já que pela da índole humana a História já provou que somos incapazes ) o avanço desta praga imiscuída na ferramenta moderna e quase vital que se tornou a Web. Então eu me encontro impotente e desumano. E não abro mensagens dentre as quais haveria com certeza muitas a que eu poderia atender como uma gota de água no oceano.

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